quinta-feira, 18 de junho de 2020

Um Passeio Pela Música Sacra - Playlist Comentada


Um passeio pela música sacra


A música sacra ocidental está repleta de composições que marcaram a história, desde o período medieval com a monodia litúrgica do primeiro milênio, passando pela Ars Antiqua, Ars Nova, Renascimento, Barroco, Clássico e assim por diante nos séculos XIX, XX, e XXI. Tem seu lugar não somente dentro das igrejas, mas também nas salas de concertos. Nesta playlist muito especial, você vai poder fazer um verdadeiro passeio por algumas das mais célebres obras sacras musicais de todos os tempos. Este lado religioso da música tornou-se com o tempo uma grande e importante parte do repertório das orquestras, coros e solistas do mundo todo.  Aperte o cinto e preste bastante atenção no percurso, pois está cheio de obras monumentais, mestres da música e uma força espiritual característica que a música sacra contém, aflorando nossa sensibilidade e provocando profundas reflexões.

Começamos por ninguém menos que Georg Friedrich Händel, com seu célebre oratório “Messiah”, composto em 1741. Uma obra dividida em 51 movimentos, agrupados em três partes. A parte mais conhecida de todas certamente é o “Hallelujah”, muito tocada em eventos das mais diversas temáticas, porém vamos aqui colocar a “Sinfonia”, que é a parte instrumental que funciona como uma abertura, sem texto, já incitando uma reflexão sobre a vida de Jesus, o Messias, história amplamente conhecida. Nesta parte, dois momentos contrastantes podem ser observados facilmente: um primeiro com blocos de acordes ao estilo francês, e um segundo mostrando a facilidade com que Händel manipula a técnica do contraponto em música. Ao término desta introdução, o público percebe que uma história importante está iniciando, que uma jornada histórica será contada através da música que recém inicia.


Johann Sebastian Bach compôs, por volta do ano 1727, a “Mattäus-Passion”, ou seja, a Paixão Segundo Mateus, que conta a história de vida, sofrimento e morte de Jesus, na forma de um oratório. Para orquestra, solistas, dois coros mistos e mais um terceiro coro de vozes iguais em uníssono, a música é geralmente levada a público durante a semana santa e seu conteúdo foi retirado diretamente do Evangelho de Mateus. Na playlist consta a parte inicial desta gigantesca obra, com o texto “Kommt, ihr Töchter, helft mir klagen”, que significa: “Venham, filhas, ajudem-me a lamentar...Vejam-no, por amor e clemência, no tronco da cruz sacrificado, sempre sereno, mesmo quando foi desprezado, suportou todos os nossos pecados, sem ti teríamos nos desesperado. Tem piedade de nós, oh Jesus!”


Do “Magníficat”, composto pelo britânico John Rutter, separamos o “Esurientes”, para soprano solo, coro e orquestra. A melodia é delicada e confortante, de uma sensível leveza. A composição de 1990 baseada no Evangelho de Lucas (I, 46-55) conta o que aconteceu logo após o anúncio do Arcanjo Gabriel à Maria, que foi visitar Isabel, também grávida. Sendo recebida por Isabel, Maria respondeu: “Senhor, a minha alma engrandece. E meu espírito exulta a Deus, Meu Salvador. Porque olhou para a humildade de sua serva...”


Voltando alguns séculos, visitamos o Canto Gregoriano ou Cantochão, como é conhecido. A monodia litúrgica do primeiro milênio se estendeu firmemente ao segundo milênio e serviu de base para muitas composições sacras subsequentes. O famoso livro “Liber Usualis” compila importante parte da música religiosa deste tempo e nos trás até hoje em sua notação neumática. Sua melodia está muito próxima da fala, da reza e, portanto, da explícita compreensão do texto. Dentre eles, está o “Salve Regina”, a mais importante Antífona Mariana, que traz em seu texto um pouco da expressão da piedade medieval: “Salve, Rainha, mãe de misericórdia. Vida, doçura, e esperança nossa, salve... Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.


Agora, imagine-se entrando numa grande catedral na Europa, no século XVI, pouca luz, vitrais impressionantes, arquitetura imponente, reverberação de dez segundos ou até mais, e você começa a ouvir uma polifonia coral, daquelas que tem um poder hiptnotizante, encantador. O compositor Giovani Pierluigi da Palestrina, neste contexto, trouxe ao mundo a Missa Papae Marcelli (c. 1562), em homenagem ao Papa Marcelo II que governou a Igreja Católica por alguns dias somente, pois veio a falecer em seguida. Com esta composição Palestrina teria reorganizando a polifonia vocal daquela época, dando mais clareza às palavras, e assim resolvendo uma discussão acerca da problemática que os compositores estariam prejudicando o entendimento do texto. Desta peça histórica ouvimos o “Kyrie”, cuja tradução significa: “Senhor, tende piedade de nós”.


O imponente “Requiem” de Giuseppe Verdi estreou em 1874 no aniversário da morte de Alessandro Manzoni, poeta e romancista italiano admirado por Verdi. É uma obra vigorosa e cheia de contrastes, causa um grande impacto em quem a ouve pela primeira vez ao vivo. O estilo operístico de Verdi é percebido também nesta Missa, com virtuosismo e uso da força orquestral a favor do texto. Isolamos aqui o “Sanctus”, que já começa ao anúncio empolgante de trompetes, ao dramatizar o texto que significa: “Santo, Santo, Santo sois Vós. Senhor Deus dos exércitos... Hosana nas alturas”.

                “Lacrimosa” é uma das partes do “Requiem” (1791) de Wolfgang Amadeus Mozart, que já ao fim de sua vida não conseguiu terminá-lo. Envolto em mistérios, a história desta composição fascina muitos até hoje, sendo retratada inclusive em filmes, como por exemplo, “Amadeus”, ganhador do Oscar em 1985. A música toda é repleta de energia, mistério e densidade, provocando um misto de sensações e reflexões no apreciador atento. “Lacrimosa” é uma das partes mais conhecidas desta Missa de Requiem, seu texto significa: “Dias de lágrimas, naqueles dias nos quais ressurgirá das cinzas um homem para ser julgado. Portanto, poupe-o, ó Deus. Ó, misericordioso, Senhor Jesus, Repouso eterno dá-lhes. Amém.”

Nosso contemporâneo Steve Dobrogosz, estadunidense, compôs em 1992 a “Mass”, ou “Missa” para coro, piano e cordas, numa linguagem bastante interessante, incluindo alguns elementos do jazz dentre uma série de outros elementos modernos. Colocamos aqui apenas o “Kyrie”, quebrando um pouco a sequência da sonoridade das demais músicas desta playlist. Como se trata de um passeio pela música sacra, esta passada pelos EUA traz um ambiente diferente e apresenta Dobrogosz a quem ainda não o conhecia. Novos ares, novas sonoridades.

Após o Concílio Vaticano II, o argentino Ariel Ramirez compôs a Misa Criolla (1964), em parceria com o Padre Jesús Gabriel Segade, e logo esta peça musical já estaria circulando o mundo em igrejas e teatros dos mais diversos. A obra inclui ritmos e instrumentos regionais da Argentina, além do coro e solista, e o texto é retirado da liturgia tradicional da Igreja Católica, desta vez recebendo a tradução adaptada para o espanhol.  Selecionamos aqui uma das partes, o “Credo”, ou “Creio em Deus Pai Todo Poderoso”, o qual foi colocado em uma chacarera trunca, ritmo característico da região de Santiago del Estero. É muito interessante o efeito vibrante que é ouvir uma missa com ritmos fortes e envolventes.

A grande “Missa Solemnis” de Ludwig van Beethoven foi estreada em 1824, e se tornou posteriormente um dos grandes monumentos da música sacra na cultura ocidental, uma obra grande também em complexidade, ao lado da “Missa em Sí Menor”, de Bach. Com o seu imponente “Gloria in excelsis Deo” (Glória a Deus nas Alturas) encerramos nossa playlist de forma vibrante, e mais uma vez admirando a habilidade composicional singular do mestre Beethoven.


“A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia”. Ludwig Van Beethoven.

“A presença divina é suficiente para estabelecer a ordem numa alma e trazer-lhe a paz”. São Marcelino Champagnat.

Por Marcio Buzatto

terça-feira, 7 de abril de 2020

Um Passeio Pela Música de Concerto



Um passeio pela 
música de concerto


Em tempos em que precisamos estar recolhidos, que tal fazer um passeio pela música de concerto, passando por vários países e tendências? Músicas que nos transportam para um estado de contemplação, dirigindo nossa atenção aos detalhes e incitando reflexões subjetivas. Coloque seus fones, ou então ligue o som num volume em que você possa ouvir todos os detalhes, mesmo os mais sutis, e inicie agora um passeio cheio de descobertas e boas sensações.

Começamos com a suíte “Os Planetas” (1914-16), de Gustav Holst. Dentre todos os planetas, sugerimos começar com Júpiter, cheio de energia e com uma melodia simples e marcante logo nos primeiros minutos. Para quem tiver curiosidade, é uma peça excelente para ouvir e viajar pelo sistema solar sem sair de casa. Holst tem uma sonoridade que depois veio a ser muito utilizada em trilhas sonoras de filmes, então você poderá identificar como algo familiar, mesmo sem ter ouvido antes, pois compositores como John Williams e James Horner levaram uma sonoridade semelhante ao cinema na segunda metade do século XX. Vale a pena uma leitura na internet sobre esta obra cheia de curiosidades.


A próxima parada é na obra “Quadros de Uma Exposição” (1874), de Modest Mussorgsky. Originalmente escrita para piano, recebeu esta roupagem orquestral em 1922, por ninguém menos que Maurice Ravel, entrando e permanecendo no repertório das orquestras do mundo todo. A peça é, digamos, uma homenagem ao pintor Viktor Hartmann, com 10 quadros do artista, desta vez sonorizados, entremeados com um tema “Promenade”, ou um “Passeio”,  levando o ouvinte literalmente à um passeio pela exposição. A orquestração de Ravel é exuberante! Um bom exercício é ouvir primeiro a versão original para piano, e depois a versão orquestral, comparando a cada movimento e apreciando as escolhas de Ravel. Excelente exercício de percepção.



O “Concerto para Violino” (1939), de Samuel Barber é de uma sonoridade tocante, sutil e intensa ao mesmo tempo. Barber esticou um pouco o romantismo do século XIX até o final do século XX, mesmo em meio a tantos outros movimentos artísticos diferentes que aconteceram durante sua vida. Talvez este não seja um concerto tão virtuosístico quanto outros. Isso denota que não foi uma preocupação do compositor em deixa-lo difícil de executar, o que neste caso é bom, fazendo assim a ideia musical não ter desvios. Contudo, a rapidez do terceiro movimento parece ter sido uma maneira de compensar a falta de velocidade dos dois primeiros. Além do violino solo, observamos no segundo movimento um belíssimo e envolvente solo de oboé. Aliás, todos os temas desta peça são muito envolventes.


Seguimos o passeio pela “Rapsódia sobre um tema de Paganini” (1934), de Sergei Rachmaninoff. A obra completa é composta de 24 variações para piano e orquestra, mas aqui convidamos para uma escuta inicial da 18ª variação, a mais famosa. Trata-se do Andante Cantabile, em Ré bemol maior. Neste momento o piano assume completamente a posição de protagonista, transformando em sons um dos temas mais tocantes de toda história da música ocidental. Porém, o impacto desta 18ª variação deverá ser absorvido pelo ouvinte com toda sua intensidade somente se ouvirmos toda a peça desde a 1ª variação. Vale cada minuto e cada nota.


Voltando alguns séculos, não poderíamos deixar de revisitar Johann Sebastian Bach. Em nosso passeio consta o “Concerto de Brandenburgo nº 5” (1721). A fluência das composições de Bach está aqui, o sistema de baixo contínuo e a velocidade das melodias funcionam como um imã para prender nossa atenção, parece nos hipnotizar. Neste concerto há que se notar a parte do cravo, instrumento de teclas pinçadas muito comum no período barroco. Temos a impressão que ele literalmente ‘enlouquece’ e assume o protagonismo enquanto a orquestra o espera para retomarem juntos o primeiro tema.


Passando pela França, podemos sentir uma sonoridade diferente. Por vezes você pode pensar que está em um sonho. “Três Danças para Orquestra” (1932) é uma das poucas músicas para orquestra de Maurice Duruflé. Os franceses desenvolveram uma escola fantástica de orquestração principalmente no início do século XX (entenda-se aqui orquestração como a arte de distribuir a música entre os instrumentos da orquestra). Há pouco vimos isso com Ravel, em sua magnífica orquestração para Quadros de Uma Exposição. Efeitos complementares e estruturais, colocados intrinsecamente ao discurso musical procurando utilizar todos os instrumentos com igual importância: cordas, madeiras, metais e percussão.


Chegamos ao Brasil, com as “Bachianas Brasileiras nº 4” (1930-41), de Heitor Villa Lobos. Inicialmente composta para piano, em 1942 ganhou uma super orquestração do próprio compositor. Como o título diz, a inspiração vem do alemão Bach, mais especificamente dos Concertos de Brandenburgo, mas também podemos considerar que Villa Lobos teve influência francesa em suas composições, pelo período que lá conviveu. São nove bachianas ao todo, desta vez com elementos brasileiros bem identificáveis, por isso recomendamos a audição completa da obra. Aqui ficamos com a Bachiana nº 4, que tem um início arrebatador com as cordas, e divide-se em quatro movimentos: Prelúdio/Introdução, Coral/Canto do Sertão, Ária/Cantiga e Dança/Miudinho. Após passarmos por Holst, Mussorgsky/Ravel, Rachmaninoff, Duruflé e Bach, é muito interessante ouvir elementos bem brasileiros se relacionando com elementos do mundo dentro da música de concerto.


“Rodeo” (1942), de Aaron Copland, foi composta originalmente para um ballet, tendo recebido logo uma versão para salas de concerto. A versão de concerto é divida em 4 momentos: Buckaroo Holyday, Corral Nocturne, Saturday Night Walz e Hoe-Down, os quais recomendamos ouvir na íntegra para uma boa apreciação. Porém com Hoe-Down, notamos fortemente a intenção de mostrar elementos nacionais, neste caso dos EUA, de forma muito divertida e de fácil assimilação. Aliás, na primeira metade do século XX, vários compositores ao redor do mundo sentiram esta necessidade de expressar elementos nacionais vindos do folclore e tradição popular, onde se enquadram Villa Lobos, Gershwin e Piazzola, por exemplo.


Nesta mesma linha de músicas mais leves, que tratam de elementos locais, vem “Danzón nº2” (1994), de Arturo Márquez. Possui um título que por si só sugere ritmo, no caso ritmos mexicanos. A peça recentemente composta já rodou o mundo e faz parte do repertório de praticamente todas as orquestras. Muito divertida, com ritmo intenso, é uma excelente música para encerrar um concerto em alto astral e colocar o público a dançar, mesmo que sentado.


Chegando ao fim deste passeio, não poderíamos deixar de fora o aniversariante do ano, Ludwig van Beethoven. Ele estaria completando 250 anos em 2020, e pela qualidade e perpetuação de sua obra, merece as repetidas homenagens que está recebendo. A “9ª Sinfonia” (1824) é um ponto alto na história da música de concerto, tendo sido a primeira sinfonia a levar um coral para o palco, o que impactou sobremaneira o público do início século XIX. Com o poema de Friedrich Schiller “An die Freude”, ou “Ode à Alegria”, Beethoven, já acometido por surdez, mostra um trabalho exuberante que há 250 anos vem lotando auditórios em busca da experiência transformadora que é ouvir a sua 9ª Sinfonia. O coral e os solistas entram somente a partir do quarto movimento, que se constitui num verdadeiro ‘gran finale’. Bem definem historiadores como sendo sua fase ‘transcendente’. Ouvir esta sinfonia completa ao menos uma vez na vida em bom volume, se possível ao vivo, é uma experiência realmente transformadora.


Este foi um pequeno passeio num mundo de composições excepcionais. Você conseguiu observar algo interessante durante a audição destas músicas? Você pensou sobre o mérito de cada um destes compositores em transformar notas escritas num papel nestas maravilhas sonoras? A música tem uma força incrível, que pode ser observada e sentida por ouvintes atentos e curiosos. Se algo neste percurso todo lhe fez se sentir bem, ou aprender algo, a realização será toda nossa. Muito obrigado por nos acompanhar neste passeio musical! Até breve!

Por Marcio Buzatto


Playlist:



The Planets – “Jupiter” (Gustav Holst)

Pictures at an Exhibition (Modest Mossorgsky)

Violin Concerto (Samuel Barber)

Raphsody on a Theme of Paganini – “Variation 18” (Sergei Rachmaninoff)

Brandenburg Concerto nº5 (Johann Sebastian Bach)

Trois Danses pour Orchestre (Maurice Duruflé)

Bachianas Brasileiras nº4 (Heitor Villa Lobos)

Rodeo – “Hoe-down” (Aaron Copland)

Danzón º 2 (Arturo Marquez)

9ª Sinfonia (Ludwig van Beethoven)




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Cantar em Grupo é uma Experiência Múltipla - Por Marcio Buzatto


"CANTAR EM GRUPO É UMA EXPERIÊNCIA MÚLTIPLA"



Ao cantarmos juntos, unimos não somente vozes em notas musicais, timbres, afinação, ritmos ou expressões, mas unificamos os sentimentos, damos foco aos objetivos e sincronizamos nossos corpos numa frequência benéfica em todos os sentidos, desde o físico até o intelectual.
Corações em uma só direção, olhares sincronizados, pulmões em pleno exercício e boas energias circulando por todo o lado. Cantar em grupo é uma experiência múltipla, resultante da cooperação de pessoas em suas mais diversas funções e posições em prol de um objetivo sonoro, onde o resultado total é frequentemente maior do que a soma das partes.
A multiplicidade da atividade vocal em grupo passa por aspectos como o bem estar físico, leitura, cooperação, percepção musical, responsabilidades, relacionamento social, intelectualidade, disciplina, foco, desenvolvimento de habilidades, emoções, sentimentos, desinibição, enfrentamento de dificuldades, fortalecimento das individualidades e coletividades, gerenciamento do tempo, lida com palco e público crítico, compromisso, aprendizado teórico e histórico, treinamento vocal e musical, ambientação em diferentes locais e realidades, contato com artes relacionadas, convívio, respeito, atuação simultânea do cérebro como um todo, sentimento de realização e prazer, e uma infinidade de relações que podemos estabelecer com esta nobre atividade.
Do cantar “de ouvido” ao cantar pela leitura musical, a experiência de grupo é completamente construtiva, pois nos faz perceber melhor a comunidade na qual estamos inseridos e nos constrói como indivíduos inquietos na busca de um coletivo a ser aprimorado constantemente. O desenvolvimento cognitivo e intelectual proporcionado pelo estudo musical, por sua vez, possibilita o crescimento multidisciplinar em qualquer idade, seja o cantor um estudante, ou que tenha ocupação em qualquer área, os benefícios se expandem e ramificam em várias instâncias da vida.
Ao atingir os objetivos musicais, que podem ser dos mais simples aos mais exigentes, sentimos um bem estar que vai além do dever cumprido, experimentando uma plena satisfação pela participação na construção sonora coletiva e também como apreciadores da obra artística resultante, e neste momento, somos executantes e apreciadores simultaneamente. Realização ao cantar ouvindo, e ao mesmo tempo, interagindo com o que está sendo cantado.
Múltiplas experiências, diversos sentimentos, várias sensações: muitos benefícios.
Cantar em grupo é um mundo em movimento. Vamos?
Por Marcio Buzatto