sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Renascença Musical - uma pequena exposição sobre o assunto


Pequena exposição sobre o período da
Renascença Musical (séc XV e XVI)

O Renascimento trouxe uma expressiva evolução tanto para a música sacra quanto para a secular. Na música sacra os compositores concentravam seus esforços em missas e motetos. As melodias do Canto Gregoriano tinham-se constituído no material básico das primeiras composições polifônicas das missas, porém Guillaume Dufay (c. 1400-1474) e outros usaram canções seculares com a mesma finalidade. Músicos dos Países Baixos dominaram o cenário musical europeu durante a segunda metade do séc. XV. O estilo polifônico estabelecido por Johannes Ockeghem (1425-1495) e Josquin des Près (1440-1521) ampliou a dimensão sonora e persistiu até o início do séc. XVI; gradualmente, porém, diversos estilos e formas nacionais começaram a surgir. Na Alemanha, o coral luterano estabeleceu suas raízes, enquanto na Inglaterra o hino (o equivalente protestante do moteto latino) assumiu seu lugar na liturgia da Igreja Anglicana. A missa polifônica alcançou seu apogeu através da obra de três grandes compositores: o italiano Giovanni Palestrina (1525-1584), o espanhol Luis de Victoria (1548-1611) e o flamengo Orlando de Lassus (1532-1594). Em Veneza, um estilo multicoral mais rebuscado foi desenvolvido por Andrea Gabrieli (1510-1586) e seu sobrinho e aluno Giovanni Gabrieli (1557-1612). Giovani Pierluigi da Palestrinha indica os rumos da música na Igreja Católica, organizando e simplificando o contraponto. No ambiente da Contra Reforma, Palestrina foi incumbido de escrever uma música que buscasse uma maior compreensão do texto litúrgico.
O madrigal era uma composição polifônica secular para diversas vozes. No início do séc. XVI compositores como Carlo Gesualdo (1560-1613) e Claudio Monteverdi (1567-1643) tornaram o madrigal um gênero altamente sofisticado e dramático. Os madrigais italianos começaram a aparecer na Inglaterra no final do séc. XVI com compositores como Thomas Weelkes (1576-1623) e John Wilbye (1574-1633). O ayre, forma menos contrapontística empregada na Inglaterra, era normalmente executado com acompanhamento de alaúde ou conjunto instrumental, tendo como destaque John Dowland (1563-1626). O italiano Claudio Monteverdi é aclamado como compositor de três óperas inovadoras e de Vespro della Beata Virgine (1610). Sua obra sacra apresenta duas tendências contrastantes: uma seguindo o estilo polifônico tradicional e outra voltada para o novo estilo barroco, para vozes solistas e corais. "Orfeu" (1607) é sua primeira ópera realmente bem elaborada, onde explorou ainda outros recursos: orquestra, coro e bailados. Seu trabalho agradou. Até o fim do século Veneza construiu mais de quinze teatros e a ópera ganhou entusiastas na Europa inteira. O alemão Heinrich Schütz (1585-1672) conheceu o novo estilo com Giovanni Gabrieli, em Veneza. Em suas composições para a Igreja Luterana aliou a tradição polifônica alemã, o estilo operístico de Monteverdi e o estilo concertante de seus contemporâneos italianos ao estilo multicoral dos Gabrieli. Nasceram aos poucos os grandes oratórios e cantatas, equivalentes da ópera em ambiente religioso.


Bibliografia recomendada:
-Massin, Jean & Brigitte - História da Música Ocidental; tradução de Maria Rezende Costa,
Carlos Sussekind, Ângela Ramalho, Nova Fronteira, RJ, 1997.

Marcio Buzatto

* Texto utilizado expecificamente para fins acadêmicos.